Quando era criança tinha muita vergonha. Assim como qualquer menina (o). Mas o quê eu tinha vergonha mesmo era de dizer "Eu te amo" para minha mãe. O tempo passou. Continuo passando e o constragimento permanece. Em menor escala, mas permanece. Na verdade, atualmente, procuro fazer diferente. Isso porque, hoje em dia, tento logo falar quando amo alguém. Amor é para ser dito, gritado, esfregado na cara do mundo. Afinal, o único acordo que fiz com a vida foi ser feliz. Se não for assim, me mata logo.
Após o comentário do Marcus preciso do adendo: certo Dia das Mães, mil anos atrás, acordei com uma vontade louca de dizer para a minha mãe, ser mais importante do mundo para mim, que a amava mais que a mim mesma. E o simples fato de olhá-la me fazia chorar. E eu disse, com a voz embargada, que eu a amo mais que tudo na minha vida. E todas as vezes que penso que posso perdê-la, choro copiosamente. Amo com orgulho. Amo com vida. Amo com o Sagrado. Ainda que nem sempre demonstre.