domingo, outubro 10, 2010

Amor da Discórdia


Sempre ouvi que coração de mãe é igualmente divido entre os filhos. Sempre discordei e até hoje ninguém me conveceu do contrário. Toda mãe tem sua preferência, ainda que jamais assuma. Seja pelo o que considera o mais inteligente, seja pelo o que considera o mais carinhoso. Ou simplesmente porque é apaixonada pelo o que mais lhe agrada. Geralmente a justificativa que elas usam é que a cria preferida é a que mais precisa de cuidado. Aí é covardia com os outros filhos. Sim, pois este conceito de "quem mais precisa de cuidado" é algo que só elas enxergam. Acredito que não seja nada além de culpa. Culpa porque o predileto normalmente é o mais mal-educado. Então, para consolar o própria consciência, dão amor em excesso. E todo mundo conhece muito bem as consequências de um filho super-hiper-mega-ultra amado. O que elas esquecem, é "que aquele que precisa de mais cuidado" está acostumado somente a receber. E pode acreditar, na hora que elas mais precisam, o preferido não sabe dar amor. Só restam as patadas. E ainda assim, elas continuam amando excessivamente. E também continuam acreditando que é o mais necessitado de amor. O amor de mãe é sublime. Mas também pode ser excludente. E muito cruel com os preteridos.

2 comentários:

  1. Quanto a esse assunto, muito se pode dizer. Há várias hipoteses a considerar:

    1- Tudo o que diz respeito às emoções humanas é muito complicado. Uma vez assisti a um filme no qual a mãe cobria um dos filhos de atenção e de presentes, transparecendo ter preferência por ele. Só que no filme o Diabo descobriu seu grande segredo e a acusou: ele lhe jogou na cara que na verdade ela preferia o outro filho (o "desprezado") pois era mais bonito, era mais inteligente e ela o admirava mais por ser um vencedor. Só que ela se sentia tão culpada por essa preferência e admiração, que passava a vida toda tentando compensar o filho que ela amava menos. Nessa tentativa de compensar seu desamor, ela dava mais atenção ao filho que amava menos, procurava dar razão a ele durante as disputas de irmãos, fazia de tudo! Tudo porque ela tinha vergonha de o amar menos e achava que tinha que compensá-lo, subtraindo atenções do filho preferido. Comlicado, né? Mas acontece. Ela tratava melhor o que menos amava só para compensá-lo por não amá-lo como deveria. Nunca mais esqueci desse filme, que nos mostra como as aparências enganam. Claro que essa teoria afirma que existe preferência sim, mas mostra também que essa preferência nem sempre está onde pensamos. Excesso de atenção as vezes é pena do filho fracassado e medo piorar a vida dele.

    2- Todo filho desconfia de que a mãe tem preferência. Toda a mãe acha que não tem. Não acredito que mentem. Se têm preferência, elas mesmas não sabem disso. Além do mais, jamais saberemos se o filho queixoso tem mesmo razão ou apenas é egoísta (ou mais carente) e cobra mais atenção.

    3- Há também o seguinte e eu acho que É O QUE MAIS OCORRE: as mães também precisam ser amadas, precisam de atenção, as vezes sentem-se sós. E algumas vezes, entre 10 filhos, só um dá a ela a atenção que ela precisa, aí logicamente ela acaba conversando mais com ele. Só um mostra compreensão, então claro que isso a comove. Mas ela não ama mais, apenas valoriza e busca aquele carinho que ele lhe oferece PORQUE ELA PRECISA, ELA É HUMANA! Nesse caso não é que tem mãe que ama mais um dos filhos mas TEM FILHOS QUE AMAM MAIS A MÃE DO QUE OS OUTROS IRMAOS. Ora, se é ele quem sempre se aproxima perguntando como ela se sente, obviamente é com ele que ela vai conversar mais. Depois será acusada de preferência, mas na verdade é O FILHO quem a está preferindo, não o contrário.

    4- Pode também acontecer de que um dos filhos é frio, indiferente, grosseiro. Pode ser que ela se aflija com isso e passe a vida tentando conquistar aquele filho. Essa tentativa desesperada de conquistar o filho não é necessariamente uma preferência, mas um sofrimento por imaginar que não é amada por quem ela tanto ama. Quando você ama alguém e imagina que o está perdendo, o que você faz? Tenta reverter a situação. NEM SEMPRE ISSO É UMA ESCOLHA OU UMA ATITUDE CONSCIENTE, por isso nem sempre ela admite que isso aconteça. Para piorar a situação, os outros filhos não entendem, acusam-na e ela acaba sofrendo duplamente.
    Caraca, não é fácil ser mãe.

    5- As vezes não é que ela prefira tal filho, mas é que ele alcançou tudo o que ela sempre quis ser mas não conseguiu na vida. Ela se projeta nele como sua tábua de salvação, como uma espécie de redenção para a sua vida medíocre. PÔ, ISSO É TAO HUMANO E DOLORIDO QUE DARIA ATÉ VERGONHA DE CRITICAR.

    ResponderExcluir
  2. Na verdade acho que o que mais ocorre mesmo é o item 4: a mãe tentando conquistar o afeto de um filho frio e grosseiro. Não adianta dizerem que ela tinha mais é que dar o desprezo e mandar o filho às favas.Ela nunca fará isso, mas morrerá tentando conquistar seu coração. Você não agiria assim também???

    ResponderExcluir