sábado, julho 03, 2010

Mordaça

Quando era criança tinha muita vergonha. Assim como qualquer menina (o). Mas o quê eu tinha vergonha mesmo era de dizer "Eu te amo" para minha mãe. O tempo passou. Continuo passando e o constragimento permanece. Em menor escala, mas permanece. Na verdade, atualmente, procuro fazer diferente. Isso porque, hoje em dia, tento logo falar quando amo alguém. Amor é para ser dito, gritado, esfregado na cara do mundo. Afinal, o único acordo que fiz com a vida foi ser feliz. Se não for assim, me mata logo.


Após o comentário do Marcus preciso do adendo: certo Dia das Mães, mil anos atrás, acordei com uma vontade louca de dizer para a minha mãe, ser mais importante do mundo para mim, que a amava mais que a mim mesma. E o simples fato de olhá-la me fazia chorar. E eu disse, com a voz embargada, que eu a amo mais que tudo na minha vida. E todas as vezes que penso que posso perdê-la, choro copiosamente. Amo com orgulho. Amo com vida. Amo com o Sagrado. Ainda que nem sempre demonstre.

4 comentários:

  1. Eu também tinha vergonha de dizer "eu te amo" para a minha mãe.

    Alguns anos depois, eu percebi que quando eu dizia pra ela "você é linda", era uma forma de substituir a frase que eu não conseguia dizer. E eu dizia todo dia que ela era linda.

    Um pouco antes de ela se ir, consegui superar essa barreira.

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  2. Pensei que eu fosse um monstro... porque sempre me senti assim. Bom saber que sou humana como vocês, não menos. Felizmente também pude me ajudar a dizer "te amo" de outras maneiras. Ela entendeu sim... porque me amava.

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  3. AÊÊÊ! Finalmente estou novamente conseguindo comentar no blog da Sívia!

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  4. Cris, juro que não fiz nada no blog. Acho que ele é temperamental,rssss.

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